Ruas e estradas do Brasil estão entre as mais perigosas do mundo, alerta Banco Mundial

Esses são os novos focos dos principais especialistas em segurança viária no mundo, preocupados em diminuir o número de mortes, 1,25 milhão ao ano, e pessoas feridas, entre 30 e 50 milhões. “São tragédias perfeitamente evitáveis”, alertou a diretora global da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan durante a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, que aconteceu em Brasília entre os dias 18 e 20 de novembro. “A epidemia de acidentes de trânsito foi criada pela humanidade, e só ela pode resolvê-la”, defendeu uma das netas de Nelson Mandela, Zoleka, que tornou-se embaixadora para a causa após perder uma filha em 2010.
Brasil, Índia e China são responsáveis por 40% das mortes globais em decorrência de acidentes. Das três economias emergentes, Brasil é a que mais avançou em termos legais, embora a aplicação ainda seja deficiente.
Nada menos do que 90% dos desastres ocorrem em países em desenvolvimento, como os da América Latina e Caribe. Então, para o mundo cumprir a meta global da ONU de reduzir pela metade as mortes até 2020, é de fato necessário dar mais atenção às regiões que mais lutam contra a extrema pobreza. O ponto de partida está nas grandes cidades porque, em primeiro lugar, elas já respondem por metade das mortes em acidentes viários. Além disso, em 2050, haverá mais 2,5 bilhões de pessoas vivendo nos centros urbanos de todo o mundo. E na América Latina, que já conta com 80% de população urbana, terá 90% no mesmo ano. A solução passa não só por melhorar os controles de velocidade, tráfego ou álcool e direção. Também é preciso pensar em planejamento urbano de forma a minimizar a necessidade de transporte individual. “Investir mais em ônibus, trens, etc. por si só vai reduzir os acidentes tremendamente porque esses meios de transporte são muito mais seguros. Também é preciso planejar calçadas adequadas e locais de trabalho que não sejam muito distantes das zonas residenciais, por exemplo”, explica o diretor de transportes e tecnologia da informação do Banco Mundial, Pierre Guislain.
Acidentes custam caro Se as grandes cidades de todo o mundo exigem atenção máxima no trânsito, dá para imaginar como é a vida no Brasil, na China e na Índia, que respondem por 40% das mortes globais de acidentes devido ao tamanho da população e à taxa de motorização. Também vai contra os três países emergentes o fato de que nenhum deles tem legislação considerada ideal com relação a limites de velocidade, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em compensação, o Brasil se destaca pelas leis sobre consumo de álcool e sobre uso de capacetes, cinto de segurança e cadeirinhas para crianças. Das três economias emergentes, é a que mais avançou em termos legais, embora a aplicação ainda seja deficiente, num consenso dos participantes da conferência em Brasília. Faltam dados de qualidade, fiscalização e coordenação entre os muitos programas federais e estaduais de segurança viária. Um experimento numa nova direção está sendo feito em São Paulo, que criou um comitê para enfrentar o problema de forma coordenada, e onde o Banco financiou a análise de 4 mil quilômetros de estradas. Uma nova avaliação será feita em breve em 20.000km de rodovias do estado. Situação bem mais difícil vivem as economias mais pobres do mundo, que reúnem só 1% da frota global, mas concentram 16% dos acidentes. Muitos deles estão na África, a única região em que os acidentes de trânsito e as mortes aumentaram desde 2010. O índice de fatalidades no continente é de 27/1,000 pessoas, maior que a média global de 18/1,000. Entre as poucas histórias de sucesso está a da Nigéria, o país mais populoso da região. Uma iniciativa reunindo o Banco Mundial, o Reino Unido, a Bloomberg Philantropies e a Fundação FIA permitiu ao país melhorar a infraestrutura rodoviária, a fiscalização de rodovias e a capacidade de gerenciamento das rodovias federais. Como resultado, o número de mortes nas pistas atendidas pelo projeto baixou 11%. À medida que se 2020 aproxima, histórias como as do Brasil e da Nigéria só reforçam a necessidade de intensificar o apoio técnico e financeiro aos lugares que mais necessitam. Até porque está provado que é mais caro arcar com as consequências econômicas de acidentes, ferimentos e mortes: eles consomem até 6% do PIB dos países em desenvolvimento. “Os prejuízos podem até anular os benefícios do crescimento econômico nesses países”, disse Margaret Chan, da OMS.

 

Portal ONU Brasil – 30/11/2015


Smartphones são responsáveis por aumento de mortes no trânsito nos EUA

O órgão National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), que revelou os dados, disse que ainda e muito cedo para determinar quais foram os fatores principais que contribuíram para o aumento de mortes nos acidentes de trânsito, embora o chefe da agência, Mark Rosekind, disse que o aumento de uso de smartphones enquanto se dirige teve um aumento significativo no número de mortes do país.

Ele afirma que as leis precisam ser elevadas para nível estadual, tornando ilegal a direção enquanto se usa um smartphone. Atualmente, nos EUA, 14 estados possuem leis que impedem que um motorista use um dispositivo eletrônico ao volante. Como cada estado possui uma lista de aplicação primária, isto significa que um policial pode pará-lo a qualquer momento e multá-lo pelo ato. Todos os 50 estados possuem leis contra o envio de mensagens de texto durante a condução, embora seja uma aplicação primária.

A conscientização, no entanto, precisa partir de cada um dos usuários. O problema do uso de smartphones enquanto se dirige não existe somente nos Estados Unidos, mas também no Brasil e em praticamente todos os outros países. Como a fiscalização consegue ser “burlada” de diversas maneiras, muitos usuários se sentem invulneráveis ao praticar o ato irresponsável.

Rosekind também afirma que o aumento do uso de smartphones é significativo e que “não há dúvida de que ele desempenha um papel” sobre o aumento de acidentes no país, embora a empresa não tenha determinado isto como um grande papel, pois não existem informações suficientes.

Fonte: Tudo Celular


Conscientização pela arte

Miracle 2

Uma voz jovem e suave chama a atenção para um dos problemas mais trágicos da sociedade: as mortes no trânsito e o sofrimento das famílias das vitimas.A música “Miracle – Tribute to Road Traffic Victims” foi criada pela cantora e compositora brasileira, Laura Rizzotto, carioca, 21 anos, que cresceu com a música. Seus pais sempre a incentivaram a aprender a tocar instrumentos musicais. A decisão de ser cantora veio cedo. Aos seis anos, teve a certeza da profissão que queria seguir.Pisou no palco pela primeira vez aos 12 anos de idade e,aos 15 anos, lançou seu primeiro CD autoral pela Universal Music Brasil, o que lhe rendeu a primeira bolsa de estudos de música nos Estados Unidos. Não parou mais. Em 2014, lançou seu segundo CD e agora desenvolve o seu terceiro trabalho.

O poder da música

Miracle” foi escolhida para ser apresentada durante a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados, realizada em Brasília pela Organização das Nações Unidas (ONU), nos dias 18 e 19 de novembro. O evento reuniu gestores públicos e especialistas de trânsito do mundo todo. Um dos painéis do evento foi dedicado às ONGs que estão engajadas em ações em prol da redução de acidentes. Muitas delas são conduzidas por pessoas que perderam familiares no trânsito. A música foi executada ao vivo, no Congresso Nacional do Brasil, emocionando as pessoas. “Foi muito bom fazer parte do evento e prestar essa homenagem para aquelas famílias”, afirma.

A letra traz uma mensagem forte. Faz com que as pessoas reflitam sobre a sua responsabilidade nos acidentes. “Muitas vezes vemos pessoas agindo indevidamente ao volante. Elas não percebem que estão pondo em risco a sua vida e a dos outros. Depois que os acidentes ocorrem, não é possível voltar a trás”, detalha Laura.

A música tem o poder de comunicar a mensagem de forma prazerosa, compartilhando o assunto em grande escala. “Espero que as pessoas, principalmente os jovens, se identifiquem com a letra e pensem sobre a sua responsabilidade no trânsito. Estou muito honrada de representar essa causa e contribuir para sensibilizar as pessoas para uma condução segura através da minha arte”.

A cantora conta que teve muito cuidado para criar a letra da música, para não tornar o tema ainda mais pesado e triste. “Fiz uma homenagem para as famílias que perderam pessoas queridas em acidentes, fazendo com que o exemplo delas motive a mudança e traga a esperança de um futuro mais seguro no trânsito”, explica Laura.

Para abrilhantar ainda mais seu trabalho, um clipe foi produzido com recursos próprios e gravado no Central Park, com a colaboração de famílias que perderam entes queridos no trânsito. Elas enviaram fotos das vítimas, que foram colocadas em uma árvore, simbolizando a árvore da vida.

Inspiração

Laura é filha de Rodolfo Rizzotto, coordenador do Programa de Segurança nas Estradas – SOS Estradas, realizado no Brasil. Graças ao envolvimento de seu pai nesta temática, Laura cresceu muito consciente dos riscos que o trânsito oferece e da importância do papel de cada um para reduziras fatalidades.

Assista o clipe de “Miracle” em: https://www.youtube.com/watch?v=kooHbwkuyWg. Você pode conferir a legenda em português da música, clicando em “Legendas/CC”, na barra de opções do vídeo.

Mais informações sobre Laura Rizzotto: http://www.laurarizzotto.com/

 

Awarenessraising through art

Braziliansingerandcomposer uses thepower of musictoengageyoungpeople in thequest for a safertraffic

A young and soft voice draws attention to one of the most tragic problems in society: deaths in traffic and the suffering of the victims’families.The song “Miracle – Tribute to Road Traffic Victims” was composed by Brazilian singer and composer, Laura Rizzotto,born in Rio de Janeiro, 21 years old, who grew up with music. Her parents always encouraged her to learn how to play musical instruments. The decision to be a singer came early. At the age of six, she was sure of the career she wanted to follow.She stepped on stage for the first time at the age of 12 and, at 15, launched her first authorial CDthrough Universal Music Brasil, which gave her the first musical study grant for the United States. Shehasnotstoppedsince. In 2014, she launched her second CD and is now working on her third project.

The power of music

Miracle” was chosen to be performed during the 2ndGlobal High-Level Conference on Traffic Safety – Time for Results, held in Brasília by the United Nations (UN), on November 18 and 19. The event brought together public administrators and traffic specialists from all over the world. One of the panels in the event was dedicated to NGOs engaged in actions in reduction of accidents – many of which are run by people who have lost family members in traffic. The song was played live, at the Brazilian National Congress, moving people. “It was very good to be part of this event and to render this homage to those families”, she states.

The lyrics have a strong message. They make people reflect on their responsibility in accidents. “Often we see people acting inappropriately at the wheel. They do not realize that they are jeopardizing their lives and those of others. After accidents have happened, it is no longer possible to go back”, details Laura.

Music has the power to communicate messages in a pleasant way, sharing the issue in large-scale. “I hope that people, and particularly the young, identify with the lyrics and think about their own responsibility in traffic. I am very honored to represent this cause and to contribute towards raising awareness in people for a safer driving style through my art”.

The singer had to be very careful in composing the lyrics to the song, in order to keep the topic from becoming excessively heavy and sad. “I wanted to honor the families that have lost loved ones in accidents, getting their examples to motivate change and to bring hope of a safer future in traffic”, explains Laura.

To further her work, a video clip was produced with her own resources and recorded at Central Park, with the collaboration of families who lost loved ones in traffic. They sent her pictures of the victims, which were then placed on a tree, symbolizing the tree of life.

Inspiration

Laura’s fatherisRodolfo Rizzotto, coordinator of theSafety on the Roads Program – SOS Roads, run in Brazil. Thanks to her father’s involvement in this topic, Laura grew up very aware of the risks offered by traffic and the importance of the role played by each one in reducing fatalities.

Watch the video clip for “Miracle” at:https://www.youtube.com/watch?v=kooHbwkuyWg.The video has subtitles in Portuguese for the lyrics, just click on “Legendas/CC”, on the video option bar.

More information about Laura Rizzotto: http://www.laurarizzotto.com/


O que aprendemos com Brasília 2015

CONFERENCIA

Com algumas exceções em parte da Europa e outros países ricos, os problemas são muito iguais e vemos também que as pessoas se dizem as mais bem intencionadas do mundo (basta ver os discursos no encerramento do evento) e que se dependesse delas o trânsito seria muito melhor e praticamente zeraria as estatísticas.

Roberto Scaringella, ex-CET-SP, Contran, Denatran, dizia que um dos problemas do trânsito é que “não entende (de trânsito), não manda e quem manda, não entende”. Durante a conferência de Brasília vimos um razoável desfile de ministros de estados de vários países e do Brasil também, com discursos “comprometidos” com a segurança e as metas da Década. Pela dificuldade com que elaboravam seu raciocínio sobre o tema, notava-se com facilidade a dificuldade do domínio sobre o assunto, o que reduzia em muito a credibilidade de quem alava e a confiabilidade de quem ouvia.

De qualquer forma, não é o caso de dizer que o evento de Brasília não serviu. Pelo contrário, serviu muito. A questão é saber o quanto aprendemos e, principalmente, o quanto estamos dispostos a melhorar por aqui. Não significa tampouco que temos de nos envergonhar perante a metade do mundo pelos resultados brasileiros de cinco anos de década.

Deu para ver, confrontando os números, que o Brasil está na posição intermediária, com um índice de fatalidades da ordem de 22 mortos por 100 mil habitantes enquanto países africanos e asiáticos batem nos 40. O desconforto é quando nos comparamos aos países do pelotão de frente que estão na faixa dos 3 a 6 mortos por 100.000 habitantes. Com o ufanismo de pertencer ao pelotão de frente da economia mundial (hoje, depois da crise, agora somos, parece, a 8ª economia global) não deixa de ser frustrante constatar que temos de pedalar muito para chegar perto deles.

Contudo, voltando para o lado positivo da Conferência Global, ela representou um banho de informações, de experiências, de contatos à comunidade brasileira e, na minha opinião, isto é da maior importância. Falta-nos esta visão do mundo, não abrir a janela para ela mas deixa-la escancarada para a troca de informações e experiências.

Tive oportunidade de encontrar dezenas e dezenas de brasileiros de todos os cantos do país, encantados com a pluralidade de idiomas que se falava às vezes na mesma roda de conversa, com a busca e o sucesso na conquista de dados e informações sobre experiências em outros países. Para esta gente foi importantíssimo ter estado em Brasília, ter apertado a mão de personalidades mundiais do setor (de fazer selfies com eles), e de voltar às suas bases inundados de boas intenções.

Boas apresentações não faltaram. Havia de tudo, para tudo e para todos. Sessões bem técnicas das mais variadas áreas da segurança no trânsito aos enrolados problemas políticos, aliás, tão comuns por aí afora como aqui. Sessões que ajudavam quem queria aprender ou comparar na avaliação de programas de segurança no trânsito, ou como desenvolver e aprimorar sistemas de estatísticas de acidentes.

O painel de discussões sobre o sonho da Suécia do Visão Zero foi um primor pela qualidade das informações e pela simplicidade com que os expositores mostraram como tornar um tema aparentemente tão complexo em algo tão simples de entender, ainda que difícil de aplicar em razão da cultura tão diferente. Neste painel estavam presentes a Ministra de Infraestrutura da Suécia, técnicos suecos que ajudaram a conceber, implementar e manter de pé (cada vez mais vivo) este sonho, o Ministro dos Transportes da Austrália e várias autoridades de outros países cujo papel era comentar a “utopia sueca” do zero fatalidades no trânsito.

É claro que, contrastando com abundância de recursos financeiros como da União Europeia para financiar pesquisas e incentivar programas pontuais mais igualmente importantes, sentia eu a angústia de brasileiros que para poder fazer uma campanha de educação de trânsito na sua cidade ou no seu estado, precisavam rogar ajudas de 500 ou mil reais para imprimir um folheto para entregar nas ruas. Estes cenários, contrapropostos num momento como este, assumem um caráter quase de crueldade, para não dizer de indignação. Se é duro enfrentar esta realidade, pior será se não aprendermos ela. Ela nos ensina muitas coisas que gostaria muito de continuar discutindo neste espaço.

Um ponto importante sempre não se resume a enfrentar as dificuldades mas em aprender quando não conseguimos superá-las e este é um ponto vital de reflexão, depois da Conferência. Podemos aprender com o que outros países tampouco souberam nos ensinar como enfrentaram e continuam perdendo suas batalhas. Em compensação outros tiveram dificuldades tão grandes ou maiores que as nossas e estão numa situação (quase) privilegiada – como a Coreia do Sul, por exemplo. O segredo coreano? Educação!

Gostaria de receber comentários de quem esteve – ou não – em Brasília dias 18 e 19 para continuar esta conversa sobre o futuro do nosso trânsito. Há um mundo de tópicos, experiências, informações à disposição para abrir um debate que, além de rico e atual pode ser muito importante para quem está começando – ou mesmo pensando em começar – um programa de segurança no trânsito.

Vamos continuar este papo?

Jota Pedro Corrêa – Consultor PVST


Encerrada a conferência de Brasília

J. Pedro Corrêa

Foram dias cheios de intensas atividades, trocas de experiências e muita negociação sobre os termos da declaração final da “Carta de Brasília”, que no final do evento, seria submetida à aprovação dos participantes. Na verdade, a Carta circulou nos dias anteriores pois já estava pré-definida desde a reunião de outubro em Genebra mas apenas para conhecimento dos participantes pois no encerramento da Conferência foi apenas mencionada, sequer foi lida.

Cerca de 1500 pessoas, de 130 países participaram do evento dando um colorido especial ao evento e uma sensação jamais vista pela comunidade brasileira ligada a segurança no trânsito. Foi sem dúvida um momento especial para a segurança no trânsito como um todo. Afinal foi o mundo todo se juntando para falar dos temas mais importantes e pedir/exigir/implorar por menos violência no trânsito mundial.

De todos os ângulos e de todas as formas a sociedade mundial está dizendo que não suporta mais o nível de acidentalidade no trânsito mundial, responsável pela morte de 1.200.000 pessoas e ferimento grave em mais de 6 milhões a um custo aproximado de 500 bilhões de dólares.

No final do evento foi mencionada a Declaração final, simplesmente que ratificou os termos das negociações realizadas desde o início do ano e, que, de verdade, não surpreenderam por qualquer comentário bombástico, como era de se esperar.

Para a comunidade brasileira que teve a chance de participar do grande evento fica a lembrança de uma grande conferência, onde pode fazer muitos contatos, ver que não estamos tão mal como repetimos mas, longe, de estar tão bem quanto precisamos.

O ponto frustrante foi ver o Brasil, pela voz da sua presidente e dos vários ministros que participaram do evento, reafirmar estar fazendo sua parte e que, em alguns casos, é até exemplo para outros países…!!! Nenhum ministro prometeu qualquer ação fora das que já conhecemos atualmente, o que significa que não devemos esperar mudanças no panorama atual.

Os dois deputados federais que se envolveram de corpo e alma no evento, o carioca Hugo Leal e a paranaense Christiane Yared prometem não se calar e afirmam que vão exigir mais medidas governamentais para colocar as coisas nos trilhos (ou pelo menos não sair tanto deles).

No próximo post, comentarei um pouco a conferência e o que podemos tirar de proveito dela.


Conferência Mundial sobre Trânsito - Desalento em Brasília

Ontem, quarta-feira (18), foi aberta no Centro Internacional de Convenções em Brasília a Segunda Conferência Global de Alto Nível sobre segurança no trânsito com a presença de mais de 100 delegações estrangeiras. Cerca de 1500 congressistas participam do evento que termina hoje a tarde com a divulgação da Carta de Brasília.

Dezenas de ministros de estados, grandes nomes da segurança no trânsito do mundo tiveram intensa participação nas dezenas de sessões que concorriam entre si durante todo o dia.

Para a comunidade brasileira ligada ao trânsito era como um final de copa do mundo pois, afinal, nunca se havia visto um evento destas dimensões no País, principalmente com o número de estrelas presentes como aconteceu.

Se de um lado havia um certo ar de excitação por participar de um evento tão grande, de outro certamente reinava uma expectativa não menor para ver que tipo de discurso teriam as autoridades brasileiras em relação ao tema já que, apesar de signatário da Década Mundial, o Brasil muito pouco fez, notadamente pelo lado do Governo.

No fim, aconteceu o que muitos previam: Tanto pelo discurso da Presidente Dilma Roussef, na abertura como pelas intervenções dos Ministros Marcelo Castro, (saúde), Gilberto Kassab (Cidades) e José Eduardo do Cardozo (Justiça), “o Brasil está cumprindo a sua parte”, apesar de todos reconhecerem que o número de mortos é insuportável e precisa baixar.

Foram apresentadas ações de alguns ministérios como sendo efetivas sem que indicadores de resultados fossem apresentados. Como se previa, a Lei Seca foi destacada como um exemplo para países.

No painel de alto nível em que ministros abordariam passos para acelerar o progresso e atingir as metas da Década de Ações, Gilberto Kassab limitou-se a coordenar as intervenções dos colegas dos demais países e, assim, esquivou-se de anunciar os planos do Governo Brasileiro para os próximos cinco anos. Como a Presidente Dilma não fez menção ao que fará o Brasil até 2020, fica entendido que continuaremos vendo o que já estávamos observando: uma ausência enorme do Governo de ações concretas para baixar as fatalidades e feridos graves no trânsito.

Esta sensação de desalento, eu tive oportunidade de perceber com bastante gente com que tive a oportunidade de conversar. Brasileiros mostravam desapontamento enquanto estrangeiros se mostravam incrédulos diante dos números de perdas no nosso trânsito.

Bancos multilaterais como Banco Mundial, BID participam do evento com grandes equipes que vieram de Washington para desenvolver negociações com interessados em mostrar projetos nas áreas transporte e trânsito. A impressão que passavam era, de maneira geral, que o Brasil tem dificuldades na formulação de propostas de projetos e, assim, acaba deixando de conseguir bons financiamentos para estradas ou recuperação das que estão em mau estado de conservação.

Hoje, o último dia da Conferência, deve ser divulgada a Carta de Brasília mas não se deve esperar  grandes novidades, pelo menos pelo lado do Brasil. Não teremos ministros brasileiros ligados a área participante de qualquer sessão, de onde concluo que nada mais haverá de ser dito de importante pelo nosso lado.

Sobre a conferência como um todo os organizadores do evento - OMS e ONU - podem se dar por satisfeitos por poder constatar o interesse de 120 países, embora a maior parte deles esteja em débito em relação dos objetivos de baixar 50% das mortes no trânsito. Pelo lado brasileiro veremos se haverá alguma cobrança mais séria e contundente por parte da sociedade, principalmente dos meios de comunicaçao. Afinal, como todos sabemos, quando há pressão, o Governo reage.

J. Pedro Correa


Brasília fervendo!

É que estamos na semana da Segunda Conferência Global de Alto Nível sobre segurança no trânsito, quando se espera que mais de uma centena de delegações estrangeiras participem das discussões de como serão os próximos cinco anos da Década Mundial de Segurança no Trânsito quer começou em 2011.

Segunda e terça-feira foram dias dos pré-eventos e a conferência mesmo inicia-se hoje, quarta-feira, pela manhã, com uma sessão plenária que conta com a presença esperada de pelo menos 1500 pessoas. Estou entre elas.

Embora seja uma oportunidade para troca de informações, de experiências ou mesmo de cartões de visitas, o fato é que não há uma expectativa muito boa de que o evento seja um sucesso, pelo menos do ponto de vista de grandes avanços em termos de redução de acidentes nem de fatalidades no trânsito.

Pode servir, contudo, para balizar os próximos cinco anos que serão decisivos para que grande parte dos países, que praticamente nada fizeram, tenham chance de fazer (Brasil entre eles).

Vamos aguardar.

Estarei por aqui para comentar o que vi e o que percebi.

Diário de Brasília – Anotações do consultor J. Pedro Corrêa sobre os eventos de Brasília esta semana.


ISO 39001, agora em português

Esta norma trata exclusivamente da gestão da segurança no trânsito, tão necessária e tão oportuna em muitos países e também no Brasil.

Desde o ano passado o Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST) tem dado espaço especial ao assunto nos seus seminários regionais, mostrando a sua importância e instigando transportadores a se inteirarem mais do assunto e buscarem pela certificação.

Já ano passado, contratado pelo PVST, o consultor Paulo Gottlieb, da TRS Engenharia, fez um resumo bastante detalhado da norma, incluindo um passo-a-passo para que os setores de transporte de cargas e de passageiros pudessem tomar conhecimento antecipado da norma antes dela ser traduzida para o português. Este trabalho, intitulado Manual de Implementação da Norma ISO 39001, foi distribuído a todos os participantes dos seminários da Volvo realizados em 2014 e 2015, além de disponibilizado no Portal do PVST para download a quem tivesse interesse.

A ABNT (Associaçao Brasileira de Normas Técnicas), a quem cabe traduzir o documento para futuras certificações, por sugestão de vários interessados, formou um grupo de trabalho, constituído por técnicos para promover a tradução oficial para o português. O consultor Paulo Gottlieb foi um dos participantes e seu texto do Manual serviu muito para avançar o trabalho.

Desde o início desta semana um grupo da ISO Internacional, formada por técnicos de diversos países se encontra no Brasil para uma série de reuniões e participar do lançamento da ISO 39001 em português. A Volvo foi uma das empresas patrocinadoras da versão em português.

No lançamento, o Secretário Geral da ISO, o sueco Peter Hertzel, destacou sua importância e a oportunidade que representa para um número grande de empresas que começam a se preocupar mais fortemente com a segurança no trânsito e agora encontram na 39001 um guia perfeito para se alinharem entre as melhores.

Na terça feira pela manhã, durante a reunião de trabalho do grupo da ISO o PVST foi convidado a fazer uma apresentação sobre seu trabalho no Brasil desde 1987. Anaelse Oliveira, coordenadora do Programa e eu, além da apresentação tivemos oportunidade de responder questionamentos dos integrantes do  grupo que se mostraram surpresos com o trabalho desenvolvido no Brasil e pela dedicação da Volvo para com o valor segurança.

Diário de Brasília

Anotações do consultor J. Pedro Correa sobre os eventos de Brasília esta semana.


Segurança em evidência no estande da Volvo na Fenatran

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Para se destacar neste evento grandioso, a Volvo investiu em um estande de 4 mil m2, o maior da Volvo na história da feira. Neste local, além de produtos e serviços, os visitantes terão contato com o Espaço da Segurança, idealizado para promover este que é um dos valores fundamentais da marca.

Líder mundial em segurança veicular, a Volvo traz para o evento um equipamento que simula os efeitos de um tombamento e chama a atenção sobre os perigos do trânsito. A “cabine tilt” permite aos visitantes vivenciar a experiência de um capotamento e comprovar a importância do uso do cinto de segurança, que é um dos itens mais eficazes para reduzir o risco de ferimentos e mortes em todos os tipos de acidentes. O cinto mantém o motorista em posição segura durante o acidente, impedindo que este seja lançado para fora do veículo, além de reduzir a gravidade das lesões sofridas pelo motorista em 60% dos acidentes.

Zerar acidentes: um compromisso que deve ser coletivo

De acordo com Anaelse Oliveira, responsável pelo PVST (Programa Volvo de Segurança no Trânsito), a segurança nas estradas e no trânsito das cidades é um elo forte para unir a sociedade na construção de um novo futuro nesta área. “Zerar acidentes com produtos do Grupo Volvo é um desafio ousado, mas possível de ser atingido se as empresas de transporte usuárias dos nossos produtos também estiverem engajadas neste mesmo propósito de reduzir os altos índices de acidentes envolvendo caminhões e ônibus”, destaca.

Para reforçar esse conceito, J. Pedro Corrêa, consultor do PVST, ministrará a palestra “Zero Acidentes: como torná-lo possível nas nossas empresas?”. O tema será tratadono dia 10, terça-feira, às 20 horas, na Ilha do Conhecimento, espaço criado dentro da Fenatran para debater temas diversos relacionados ao transporte comercial. A entrada é aberta para os visitantes da Fenatran e as inscrições são gratuitas diretamente com a organização da feira.

Todos que passarem pelo estande também recebem um material informativo sobre o compromisso da empresa em zerar acidentes envolvendo os veículos da marca. Esta é a visão de segurançado Grupo Volvo e que está sendo implementada no Brasil por meio de várias ações do PVST.

Assista ao vídeo sobre o Zero Acidentes:https://www.youtube.com/watch?v=HLcNx41Ddpw


ISO 39001, uma oportunidade para a redução dos acidentes

 

 Recentemente traduzida para o português, a Norma ISO 39001, que regulamenta a segurança em transportes, passa a ser adotada pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, entidade brasileira responsável pela adoção das normas ISO em nosso país. A nova norma contribuirá para a diminuição dos acidentes no Brasil, alinhado à meta de redução de 50% das mortes no trânsito, proposta pela ONU e Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Década de Ação pelo Trânsito Seguro 2011-2020.

“A preocupação, o cuidado e a necessidade de reduzir perdas e otimizar a gestão acabam levando aqueles que já adotaram normas como a ISO 9000 E ISO 14000, por exemplo, a adotar também esta nova norma, caso tenham em suas atividades operações de transporte ou deslocamentos viários”, explica Adauto Martinez Filho, da ABNT, que coordenou a comissão responsável pela tradução/adoção da ISO 39001 para o Português.

Entre os dias 12 e 13 de novembro, o comitê técnico da ISO se reúne em São Paulo com a ABNT e o lançamento oficial da norma ocorre nos dias 16 e 17 de novembro, em Brasília. “Uma vez lançada a versão brasileira, a tendência é começar o processo de certificação. Para as empresas que já possuem ISO ou normas similares, é relativamente mais fácil, pois já estão habituadas com os procedimentos e requisitos demandados pelas mesmas”, afirma Paulo Gottlieb, da TRS Engenharia, consultor especialista em segurança no trânsito que participou da comissão responsável pela tradução da norma, na ABNT.

Podem ser certificadas pela nova norma não apenas empresas que tenham o transporte como atividade principal, mas uma vasta gama de empresas, instituições, entidades ou órgãos públicos que tenham alguma interface com sistema viário, segurança no trânsito ou transporte, explica Adauto Martinez Filho, da ABNT.

Ao adotar a nova norma, o Brasil também passará a fazer parte do Technical Committee 241, da ISO, responsável pela norma ISO 39001 e sua implantação a nível global, sendo representado por Martinez Filho. “A ABNT é a representante oficial da ISO no Brasil e, pela primeira vez, passaremos a integrar também um comitê global”, afirma Martinez Filho.

Martinez Filho e Gottlieb lembram a importância da participação da Volvo na disseminação da adoção da nova ISO no país. “Desde que foi lançada, a nível mundial, a Volvo passou a divulgá-la em seus seminários de Segurança no Trânsito, promovidos pelo Programa Volvo de Segurança no Trânsito(PVST)”, recorda Paulo Gottlieb. 

O PVST, lançou em outubro de 2014,o Manual da ISO 39001, que está disponível para download no portal do Programa e orienta as empresas sobre como obter a certificação. O manual fez parte de um conjunto de ações realizadas pela Volvo para fortalecer no Brasil a visão do “Zero Acidentes”, adotada recentemente pelo Grupo Volvo, que tem como ideal de futuro zerar os acidentes envolvendo os seus produtos.  Confira: http://bit.ly/1OV8iTC