A partir de hoje, cobrança de multas fica mais cara

Falar ao celular já é proibido, mas agora, segurar ou manusear o telefone mesmo no semáforo será uma infração gravíssima.

O aumento será de até 66%, e os valores vão de R$ 88 (infração leve) a R$ 293,47 (gravíssima). Usar o celular ao volante, que é enquadrado como ‘dirigir com apenas uma das mãos’, passará de grau médio para gravíssimo. A multa, que era de R$ 85,13, agora é de R$ 293,47, uma alta de quase 245%, e os pontos na carteira de habilitação aumentaram de 4 para 7.

O uso de sistemas de viva-voz ou Bluetooth é permitido apenas nos já integrados originalmente de fábrica, pois para serem aprovados, passam por um processo técnico no Denatran.

Manusear o celular para usar aplicativos de navegação também é considerado infração gravíssima. O motorista pode estabelecer a rota antes de acessar a rua e seguir as instruções ao longo do caminho.

Nas estradas, ultrapassagem perigosa como pelo acostamento é multa de infração gravíssima multiplicada por cinco, no total de R$ 1,4 mil.

O motorista que for flagrado dirigindo alcoolizado ou se recusar a fazer o teste do bafômetro será multado por infração gravíssima multiplicada por 10, ou seja, quase R$ 3 mil.

Estacionar o carro em vagas reservadas para idosos ou deficientes era infração grave que passa também a ser gravíssima.

 


Conecte-se com a estrada

A cada dia novas tecnologias são criadas para tornar os veículos mais seguros, diminuir o risco e a gravidade de acidentes, salvar vidas.

Mas todas essas conquistas são colocadas em risco com um simples ato, que é o de tirar os olhos da pista para prestar atenção no celular e, principalmente, em aplicativos de smartphones. Muitos motoristas, além de desviarem a atenção, para piorar também tiram uma ou as duas mãos do volante. Uma questão de segundos, mas que pode mudar completamente o rumo da viagem.

Pesquisas mostram que 90% dos acidentes são provocados por fatores humanos, sendo 72% motivados por falta de atenção, que inclui o uso de celular ao volante. “Os smartphones trouxeram muitos benefícios para nós. Por meio deles, podemos obter informações de colegas sobre as condições das estradas e problemas eventuais, como acidentes graves e animais na pista. Eu até faço de um grupo no WhatsApp”, comenta o motorista profissional Antonio Fajardo Neto, da empresa IC Transportes. “Mas tenho consciência que não há como dirigir e prestar atenção no aparelho ao mesmo tempo”, destaca Antonio, que transporta cargas perigosas.

De acordo com estudos do NHTSA – National Highway Trafic Safety Administration, órgão de segurança viária dos Estados Unidos, digitar números para fazer uma ligação no celular aumenta em seis vezes o risco de acidentes. Já digitar mensagens em aplicativos de mensagens ou redes sociais aumenta em 23 vezes essa possibilidade. O envio de mensagens de texto é a falta de atenção mais alarmante, pois envolve distração manual, visual e cognitiva simultaneamente.

“O pior é que, por mais que a gente se cuide, os motoristas de veículos de passeio estão abusando do uso de celular ao volante. Quando vemos alguém muito abaixo da velocidade permitida ou trafegando em ziguezague na pista já sabemos que essa pessoa está usando um smartphone enquanto dirige”, comenta Cleiton da Silva, também da IC Transportes.

O uso de celular ao volante é proibido por Lei. A partir de novembro, a multa para quem descumprir a regra vai passar de R$ 85 para R$ 293,47, com sete pontos na carteira. Passará a ser infração gravíssima. E deveria ser considerado proibido não só pela legislação, mas também por aqueles que adquiriram o direito de trafegar nas ruas e rodovias com o compromisso de dirigir de forma consciente e segura.


A segurança está em ver e ser visto

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O motorista olha pelo retrovisor e não vê nada. De repente, outro veículo está em cima dele ou ele prestes a bater em outro veículo. É o temido ponto cego. Aliás, a falta de visibilidade dos motoristas é uma das principais causas de acidentes no trânsito. Todos os dias, condutores são surpreendidos por essa armadilha.

Quando o assunto são os veículos grandes como ônibus e caminhões, essa é uma questão que exige ainda mais cuidado, pois neles há vários pontos desse tipo. E, o pior, muita gente imagina que, por serem veículos mais altos, a visão desses motoristas é privilegiada.

E é exatamente o contrário disso. Para se ter uma ideia, mesmo com vários tipos de retrovisores, há um ponto cego diretamente atrás do caminhão e de cada lado, alcançando várias faixas; há um ponto cego na frente do caminhão que engloba a faixa onde ele está, e uma faixa à direita e há outro ponto ao lado da porta esquerda.

“Por tudo isso, sugiro que o motorista de caminhão conheça bem todos esses pontos em seu veículo. E tenha plena consciência de que seu porte não permite manobras rápidas em situações de emergência”, informa Paulo de Quadros, da área de Desenvolvimento de Competências da Volvo do Brasil. “Vale também desencostar as costas do banco para ter outro ângulo de visão pelo espelho retrovisor antes de fazer uma ultrapassagem ou manobra. Parece algo simples, mas faz muita diferença”, completa o instrutor.

Outra dica, que vale para manobras. Se estiver dirigindo um caminhão, saia e examine a traseira antes de dar ré. Se possuir cones de segurança para criar uma área isolada, use-os. “Também acredito em algo que ajuda os motoristas em qualquer situação, que é fazer uma espécie de verificação atenta ou em voz alta dos pontos de segurança, incluindo os principais itens necessários para a sua ação, seja em uma manobra, uma ré e, até mesmo, antes de uma ultrapassagem de maior risco”, encerra Paulo.


A distância segura que nos protege

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Seja qual for o tema que envolva a segurança nas vias e rodovias, o quesito manutenção correta do veículo sempre estará em primeiro lugar. Por isso, antes de falar de distância segura é preciso lembrar que as condições do veículo, como eficiência dos freios e conservação dos pneus, são determinantes para que o motorista possa trafegar com segurança e reagir bem em situações de risco.

Afinal, ninguém está livre de uma freada brusca do veículo da frente ou de uma ultrapassagem mal feita de quem vem logo atrás. A habilidade do motorista nesse caso está em dirigir defensivamente. E é aí que entra a distância segura, que pode ser definida como um espaço que permita ao motorista reagir e parar o veículo com segurança antes de qualquer obstáculo ou acontecimento inesperado.

Mas qual seria essa distância, é igual para todos? Não existe uma lei que determine isso, exceto a lei do um metro e meio que deve ser mantido na ultrapassagem de ciclistas. O que existe são cálculos e algumas orientações. “Entre os veículos de passeio, há a regra dos três segundos de distância do veículo da frente. Mas entre os veículos pesados como caminhões é preciso manter a distância mínima de 3 vezes o comprimento total do veículo”, comenta Oséias das Neves, da área de Desenvolvimento de Competências, da Volvo do Brasil. “Esse peso impulsiona o veículo para frente, o que fará toda diferença na hora em que o motorista precisar fazer uma frenagem de emergência. Por isso, meu conselho é manter uma distância, no mínimo, igual ao comprimento total do seu veículo”, completa ele.

Outro ponto importante é lembrar que a distância de um veículo para outro depende da velocidade em que se está dirigindo, ou seja, quanto maior a velocidade, maior deve ser a distância segura em relação ao outro veículo. Além disso, é preciso considerar a combinação dos fatores presentes em cada momento como chuva, neblina, grande volume de tráfego, más condições das estradas e possibilidade de animais na pista.

“A condução econômica programada também é outra aliada da segurança nas estradas. É comum o motorista imaginar que trafegar mais rápido é sinônimo de chegar antes sempre. Mas o que se comprova é que, com uma condução programada, pode-se dirigir mais devagar, com maior segurança e com uma velocidade menor, porém constante”, acrescenta Oséias.

O condutor do veículo da frente também pode tomar alguns cuidados para evitar acidentes com o veículo de trás: usar os retrovisores com frequência, se outro veículo “colar” atrás. Além de não fugir desse veículo acelerando, é indicado acionar a luz de freio, tocando de leve o pedal, diminuir a velocidade, sinalizar e facilitar a ultrapassagem. E, para completar, lembre-se que é importante que o motorista esteja em boas condições de saúde, não dirija sob efeito de medicação, alimente-se corretamente e realize testes de saúde regulares.


Treinamento e visibilidade: itens fundamentais ao andar de ré

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Elimine distrações. Foque na tarefa de estacionar. Confira todos os espelhos frequentemente e mantenha seu pé direito longe do acelerador. Esses são apenas alguns dos cuidados necessários antes de dar a ré em qualquer veículo, ainda mais se for um caminhão atrelado a uma carreta.

“Se pensarmos que o comprimento total de um caminhão pode chegar facilmente a 30 metros e, ainda, ter articulações, não é difícil imaginar o quanto é perigoso dirigir uma carreta. Por isso, procurar uma formação adequada e eficiente é fundamental antes de operar qualquer veículo desse tipo”, enfatiza Paulo de Quadros, da área de Desenvolvimento de Competências da Volvo do Brasil.

E, movimentar-se de ré, exige ainda mais capacidade do motorista, principalmente nas vias públicas ou mesmo em locais de grande concentração de veículos, como postos de combustível. A falta de habilidade ou atenção pode ocasionar desde pequenos prejuízos materiais a graves acidentes envolvendo quem está ao redor.

“Antes de tudo é preciso ter consciência do ambiente onde se está, para que o motorista possa se lembrar onde estão os obstáculos e obstruções mesmo depois que eles tenham saído de vista nos espelhos. Depois, é necessário que o motorista verifique os ajustes do banco, a altura do cinto de segurança e a limpeza e o ajuste dos retrovisores, que devem ser feitos por último”, completa Paulo.

Modelos mais novos de caminhões vêm equipados com múltiplos espelhos retrovisores e, até mesmo câmeras, inclusive de ré. Mas, ainda assim, existem as situações adversas, como o clima. Em dias de chuva, por exemplo, os retrovisores ficam com a imagem distorcida, por conta da água que escorre sobre eles.

“Por tudo isso, a situação ideal ao se manobrar de ré é ter alguém do lado de fora auxiliando o motorista. Mas quando isso não for possível, o motorista bem treinado saberá manter a calma e colocar em prática tudo o que aprendeu na teoria, inclusive sobre toda a engrenagem do veículo, o que também evitará o desgaste e até quebra de peças”, finaliza Paulo.


Lombada eletrônica: umas das 101 importantes invenções para a segurança no trânsito

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Há 24 anos, começou a funcionar a primeira lombada eletrônica do mundo, no bairro Xaxim, em Curitiba, no Paraná. O dispositivo, desenvolvido pela empresa paranaense Perkons, trouxe um novo conceito para medidor de velocidade: o de comunicação com o usuário. O equipamento mostra imediatamente ao motorista se ele está dentro dos limites de velocidade regulamentados para o trecho da via onde está instalado.

Hoje já são mais de 2.500 unidades em todo o território nacional. No ano passado, esses equipamentos de fiscalização eletrônica de trânsito monitoraram quase 4 bilhões de veículos e promoveram índice de respeito à velocidade nos trechos fiscalizados de 99,93%, contribuindo para a segurança no trânsito e redução dos acidentes.

Em 2004, um estudo do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-Rio) mostrou que a instalação de lombadas eletrônicas evitou 1.061 mortes e 12.370 acidentes. Com isso, calcula-se que cada equipamento evita três mortes e 34 acidentes por ano. Baseado nesse estudo, estima-se que ao longo desses anos de atuação teriam sido poupadas cerca de 70.000 vidas.

“Sem dúvida, a invenção da lombada eletrônica, foi um dos principais suportes de um novo movimento pela segurança no trânsito no Brasil. Assim como o Código de Trânsito Brasileiro, a sinalização eletrônica tem um papel fundamental tanto na melhoria do sistema de segurança como na promoção do comportamento seguro no trânsito”, comenta J. Pedro Corrêa, consultor do Programa Volvo de Segurança no Trânsito.

Estudos mostram ainda que, um ano após a instalação de lombadas eletrônicas em vias municipais e rodovias, o número de infrações registradas pelos equipamentos diminui em média 70%. Esse comportamento se repete em todos os pontos em que o equipamento é instalado, seja uma via urbana ou rodovia. Depois de um ano, em média, o número de infrações estabiliza.

Nesses quase 25 anos, foram adotados novos recursos para melhoria da qualidade da imagem e precisão desses dispositivos eletrônicos. O display hoje conta com iluminação de LED. A câmera capta imagens de qualidade e coloridas.  O dispositivo possui vários modelos e o design foi alterado para melhorar a visibilidade. Houve também a integração de outras funcionalidades. As lombadas podem capturar vários tipos de infração como ultrapassagem em local proibido, transitar com veículo em situação irregular e em horário e local não permitido (rodízio e restrição de caminhões) e contramão de direção.

A invenção da Perkons rendeu algumas premiações para a empresa como: Prêmio Destaque Indústria, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e o VIII Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito, promovido pela Volvo do Brasil. A lombada eletrônica também está entre as inovações destacadas no livro 101 Inovações Brasileiras, lançado em dezembro de 2008, pelo Monitor Group, empresa global de serviços de assessoria de gestão, em parceria com a revista Exame.


Utilização do cinto de segurança aumenta nas rodovias de São Paulo

Mon, 26 de September de 2016
Fonte: Artesp

Em pouco mais de um ano e meio de campanha de conscientização sobre a importância da utilização do cinto de segurança aumentou em 19 pontos percentuais o índice de passageiros do banco traseiro que usam esse equipamento de segurança. Desenvolvida pela ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo – e pelas concessionárias do Programa de Concessões das Rodovias do Estado de São Paulo, a campanha teve início depois de pesquisa, realizada em dezembro de 2014, mostrar que menos da metade dos passageiros do banco traseiro utilizavam o cinto de segurança. Na ocasião foi verificado que apenas 46% dos passageiros do banco de trás usavam o equipamento, nesta última pesquisa, apurada em julho deste ano e concluída essa semana, o índice subiu para 65%. A conclusão da pesquisa integra as ações de segurança viária que vem sendo realizadas durante a Semana Nacional de Trânsito e em acordo com as diretrizes do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito.

O índice obtido nesse levantamento foi o melhor dos cinco já realizados pela Agência desde então. A pesquisa constatou, ainda, aumento do uso do cinto de segurança pelos motoristas e passageiros do banco dianteiro. No caso dos motoristas, o índice de indivíduos que utilizavam o equipamento saltou de 89% em dezembro de 2014 para 93%. Já entre os passageiros do banco dianteiro, considerando o mesmo intervalo, o percentual de uso foi de 84% para 90%. Vale destacar que a não utilização do cinto de segurança é considerada infração grave pelo Código de Trânsito Brasileiro (artigo 65), e resulta em multa de R$ 127,69 por ocupante do veículo sem o equipamento.

A campanha da ARTESP e concessionárias – com ênfase na importância de utilizar o cinto também na parte de trás do veículo – começou em janeiro de 2015. A ação inicial contou com propaganda com peças divulgas em rádios, emissoras de TV, internet e jornais, além de distribuição de folhetos nas rodovias sob concessão. Paralelo a isso, teve início uma campanha educativa com o Simulador de Impacto, equipamento da ARTESP que simula uma colisão a 5 km/h, fazendo com que o usuário tenha a exata sensação do impacto causado por um acidente, e as consequências dessa batida sem a utilização do cinto. Mesmo após a redução da propaganda nos meios de comunicação de massa, as ações com o Simulador permanecem com a adesão de vários parceiros, multiplicando a mensagem da importância da utilização do cinto. O equipamento percorreu aproximadamente 50 municípios desde o início da campanha, alguns deles mais de uma vez.

Por região

As regiões onde é maior o índice de utilização do cinto são Bauru e São José dos Campos, ambas com 80% de indivíduos que usam o equipamento de segurança no banco traseiro. Algumas regiões apresentaram evolução significativa do uso do cinto no banco traseiro após a campanha, como é o caso de Presidente Prudente onde o aumento foi de 28%, Araçatuba com índice 25% superior e São José dos Campos com o maior incremento: 39% em relação ao primeiro levantamento em dezembro de 2014.

Acidentes

Outro levantamento da ARTESP mostra que 57,4% das vítimas fatais do banco traseiro estavam sem o cinto de segurança nos acidentes ocorridos entre janeiro de 2012 e junho de 2016 nas rodovias paulistas concedidas. Dados relativos à medicina de tráfego apontam que o uso do cinto de segurança no banco da frente pode reduzir em 45% o risco de mortes em acidentes. Enquanto que no banco traseiro essa redução pode chegar a 75%.


Motoristas: soluções e tendências para o futuro do Transporte Rodoviário de Cargas

Enquanto o número de marcas globais diminui, aqui no Brasil a frota cresce muito, gerando falta de motoristas qualificados. Atrair e formar novos profissionais é o grande desafio.

 Sérgio Gomes (*)

Após um período de fusões e aquisições entre grandes marcas em diversas partes do mundo, nas últimas décadas, o mercado mundial de caminhões do futuro será formado por um grupo menor de fabricantes. As projeções mais recentes indicam que dentro de quinze anos restarão aproximadamente seis grandes fabricantes globais de caminhões, além de outras montadoras de países emergentes, como Índia, China e Rússia, com grandes volumes de produção mas que não comercializam seus produtos na Europa nem nos Estados Unidos.

Com gestão global e plantas atendendo demandas regionais e locais, estes grandes fabricantes possuem poder investidor e flexibilidade para acompanhar a velocidade da evolução tecnológica e seus desdobramentos no setor de transporte.

A busca por fontes de energia alternativas e níveis de segurança cada vez mais rigorosos deve favorecer o crescimento daqueles que apresentarem as soluções mais adequadas e economicamente mais eficazes, além de ambientalmente sustentáveis. Até o momento, a tendência aponta para plataformas globais com tecnologia híbrida.

Em termos de fontes de combustíveis, as soluções tendem a ser regionalizadas, com veículos híbridos usando diferentes tipos de combustíveis de acordo com a disponibilidade da região em que vão operar. Assim, será possível ver caminhões movidos a GNL (Gás Natural Liquefeito), hibrido diesel & elétrico, etanol, metanol e DME entre outros.

O emprego da tecnologia, especialmente a telemática, a conectividade com recursos voltados para a mobilidade tende a aumentar, também nos caminhões, seja para proporcionar níveis cada vez maiores de segurança, com recursos de segurança passiva e ativa combinados, seja para aprimorar processos de logística.

A tecnologia e a logística, por sinal, ajudarão a encontrar as soluções para o atual problema da falta de motoristas profissionais para o transporte rodoviário de cargas. A telemática, a tecnologia da mobilidade, a IOT (Internet Of the Things), e o aprimoramento da gestão e da logística no transporte poderão otimizar a operação e reduzir custos e impacto ambiental.

Em diversas partes do mundo vem acontecendo experimentos com comboios de caminhões autocontrolados seguindo um veículo líder cuja condução é supervisionada por um motorista humano. Há também os comboios autônomos e por aí vão as novas e inovadoras experiências.

Mas é importante deixar claro que isto não significa que a profissão de motorista de caminhão vai desaparecer. Ao contrário, deverá ser parte da evolução e da solução para o transporte do futuro. A multiplicidade de opções deverá ser a solução. Os volumes de bens a serem transportados vão continuar aumentando. Os investimentos em infraestrutura rodoviária são vultuosos e os resultados demorados. Assim, é mais fácil mudar a tecnologia dos veículos e a logística do que mudar a infraestrutura. Mas a infraestrutura também deverá evoluir para acompanhar as mudanças nos produtos e na logística.

É preciso visualizar um cenário otimista. Em muitos casos, o motorista assumirá novos papéis, deixando de ser apenas condutor para ser também representante da empresa em que atua. Não vai precisar passar muitos dias fora de casa: a gestão logística proporcionará horários de trabalho mais normais, adequados a uma rotina que permita dedicar tempo à família e aos estudos.

O trânsito estará mais seguro como resultado de um processo de solução coletiva, do aprimoramento e aplicação das leis e do emprego da tecnologia, entre outras medidas. O mesmo deve ocorrer com os roubos de carga, que diminuirão na mesma proporção em que conseguiremos conseguir reduzir a criminalidade de modo geral.

A atual falta de motoristas é, em parte, resultado da forte expansão ocorrida no mercado brasileiro de caminhões, no passado recente: esse mercado cresceu 350% em dez anos. Além disso, tudo mudou, inclusive a tecnologia e a logística, e os motoristas precisam ser mais qualificados, mesmo para exercerem a profissão como autônomos. E, com isso, a oferta de mão de obra qualificada para o setor não consegue acompanhar a demanda.

Não podemos negar problemas como roubos de cargas, acidentes de trânsito e outros fatores desmotivadores. Mas sabemos que a solução não depende apenas de um mas de todos os atores desta cadeia que é bastante vasta: além dos embarcadores, dos operadores, dos transportadores, dos gestores da infraestrutura, do governo, dos motoristas, há um componente importante de aprendizado/educação que acontece em todos os níveis e também se reflete nos motoristas.

Níveis cada vez melhores de capacitação e aprimoramento contínuo são exigidos ou desejáveis em praticamente todos os ramos de atividade. E não será diferente com os motoristas.

Campanhas voltadas para a valorização do motorista de caminhão proporcionadas por montadoras tem sido mais frequentes, com viagens a vários países e mostrando como estão as atividades desse profissional e o transporte de cargas em geral. É um bom movimento de valorização desse profissional, que agrega experiência e motivação.

A breve convivência com os companheiros europeus, durante essas viagens, é um importante processo de troca de informações que contribui para mudanças culturais positivas no comportamento e na realidade dos motoristas profissionais brasileiros.

Esta nova campanha de valorização do motorista lançada pela Volvo, é iniciativa de uma montadora, mas as mudanças em curso acontecem com participação de todas as montadoras e de todos os atores da cadeia produtiva relacionada ao transporte rodoviário e ao motorista. Nova legislação para o motorista, novas necessidades para as empresas e para o mercado de transporte, para profissionais contratados e para autônomos. Os centros de treinamento e instrutores especializados multiplicam-se por todo o país, seja ao nível das montadoras, dos concessionários ou dos transportadores e seus sindicatos.

As soluções devem vir de forma coletiva, como resultado da combinação de ações da própria sociedade usando recursos de tecnologia, a legislação, a mobilização, a troca de informações, etc.. Desta forma conseguiremos reduzir os roubos de cargas, os acidentes de trânsito, e outros problemas relacionados ao transporte rodoviário. É um processo de amadurecimento pelo qual teremos que passar, como já passaram os mercados de caminhões da Europa e dos Estados Unidos.

Em resumo, as soluções são tão diversificadas quanto os problemas e dependem de todos. Com elas, a profissão de motorista deve ser mais atraente para reunir o contingente necessário de novos profissionais para suprir a demanda.

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*Sérgio Gomes, sócio-diretor da SG Consulting, é um profissional com larga experiência na indústria automotiva e mercado de caminhões, com destaque na área de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios

 


Epidemiologia do uso de drogas e acidentes de trânsito

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Em 2013, estima-se que o uso de drogas ilícitas foi responsável por pouco mais de 39.600 mortes no trânsito em todo o mundo. O consumo de anfetaminas foi causa de cerca de 50% dessas mortes, enquanto a maconha um quinto delas. Embora aconteçam mais mortes devido a bebida e direção em todo o mundo (pouco mais de 188.000), o risco de morte pela combinação de droga e condução continua a ser elevado.

Pesquisas nas estrada mostram que a prevalência de qualquer droga psicoativa entre os motoristas varia de 3,9% a 20,0%.  A prevalência do uso de drogas, tais como anfetaminas, benzodiazepínicos, cannabis, cocaína entre pessoas fatalmente feridas em um acidente de trânsito varia de 8,8% a 33,5%.


Como as drogas psicoativas atrapalham na direção?

As drogas psicoactivas podem afetar o funcionamento do cérebro e podem atrasar o tempo de reação e o processamento de informações , reduzindo a coordenação motora perceptual e o desempenho motor , também prejudicam a atenção , o acompanhamento da estrada e controle do veículo.

No relatório Drug use and Road Safety – Uso de Drogas e Segurança no Trânsito lançado pela Organização Mundial da Saúde é possível conhecer as maneiras pelas quais diferentes drogas afetam o funcionamento do cérebro.

Tabela 1

O risco de se envolver em um acidente de tráfego rodoviário aumenta em diferentes graus, dependendo da droga psicoativa utilizada. O risco de um acidente fatal
entre aqueles que usaram anfetaminas é cerca de cinco vezes maior do que entre pessoas que não tenham utilizado.

Tabela 2

O estudo está disponível somente em inglês e apresenta como as drogas podem prejudicar a condução, formas de prevenções e sugestões para o futuro.