“Mortes no trânsito rodoviário cobra um preço inaceitável – especialmente para as pessoas de países pobres,” diz o Dr. Margaret Chan, Diretora-Geral da OMS. O número de mortes no trânsito está se estabilizando em alguns países, mas nu mundo, assim como número de veículos, tem aumentado rapidamente. Nos últimos três anos, 79 países registaram uma diminuição do número absoluto de mortes, enquanto 68 países têm visto um aumento. Os países que tiveram mais sucesso na redução do número de mortes no trânsito alcançaram esse objetivo por meio do aperfeiçoamento da legislação e de sua fiscalização, além de investir em vias e veículos mais seguros.
“Estamos nos movendo na direção certa”, acrescenta o Dr. Chan. “O relatório mostra que a estratégia de segurança rodoviária está salvando vidas. Mas também nos diz que o ritmo da mudança é muito lento.” O relatório da OMS destaca que os usuários das vias de circulação em todo o mundo são desigualmente protegidos. O risco de morrer em um acidente de trânsito ainda depende, em grande parte, de onde as pessoas vivem e como eles se deslocam. A grande lacuna ainda separa os países de alta renda dos de mais baixa e média renda, onde 90% das mortes no trânsito ocorrem apesar de ter apenas 54% dos veículos do mundo. Europa, em particular os países mais ricos da região, tem as mais baixas taxas de mortalidade per capita. A África, a mais alta. Mais países agindo sobre a segurança rodoviária. Mais países estão tomando medidas para tornar o trânsito mais seguro. Nos últimos três anos, 17 países alinharam-se às melhores práticas legislativas passando a tratar com mais atenção e rigor ao uso do cinto de segurança, consumo de álcool ao volante, excesso de velocidade e a falta do uso de capacetes nas motocicletas ou de assentos de retenção para crianças.
Michael R. Bloomberg, fundador da Bloomberg Philanthropies (que patrocinou a edição do relatório) e três vezes prefeito de Nova York disse: “Graças a leis mais rígidas e infraestrutura inteligente, quase meio bilhão de pessoas no mundo estão mais protegidas contra a violência do trânsito do que eram há alguns anos atrás -. Temos a oportunidade de fazer muito mais, especialmente quando se trata de leis que impedem que uma vida seja perdida em uma tragédia evitável. Este relatório da OMS é uma ótima contribuição às autoridades concentrarem seus esforços.
O relatório revela que a nível mundial:
• 105 países têm leis sobre o cinto de segurança que se aplicam a todos os ocupantes;
• 47 países têm leis de controle de velocidade que definem limites;
• 34 países têm leis que limitam a concentração de álcool no sangue do álcool ao volante;
• 44 países têm leis sobre o uso de capacete por motociclistas;
• 53 países têm leis que estabelecem a obrigatoriedade de assentos infantis de retenção, com base na idade, altura ou peso, e restrição de idade ou altura em crianças sentadas no banco da frente.
Mais atenção para proteger os vulneráveis e melhorar a segurança dos veículos Motociclistas são particularmente vulneráveis, representando 23% de todas as mortes no trânsito no mundo. Em muitas regiões, este problema é ainda maior. Na região das Américas, por exemplo, a proporção de mortes de usuários de motocicleta aumentou de 15% para 20% entre 2010 e 2013. Nas regiões do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental, um terço de todas as mortes estão entre os motociclistas.
Pedestres e ciclistas também estão entre os grupos com o mínimo de proteção. Eles respondem por 22% e 4% das mortes globais, respectivamente. “Os tomadores de decisão nos países signatários da DÈCADA precisam repensar as políticas de transportes,” – disse o Dr. Etienne Krug, Diretor do Departamento da OMS para a Gestão de Doenças Não-Transmissíveis, Deficiente Físico, Violência e Prevenção de Lesões. “Melhorar o transporte público, bem como fazer ciclovias e calçadas mais seguras centrando nossa atenção em como os veículos e as pessoas podem partilhar as vias. A falta de políticas destinadas aos usuários mais vulneráveis está matando as pessoas e prejudicando nossas cidades. Se investirmos na prioridade do vulnerável haverá menos mortes, mais atividade física, melhor qualidade do ar, e cidades mais agradáveis. ” O relatório também descobriu que alguns veículos vendidos em 80% dos países do mundo não cumprem as normas básicas de segurança, particularmente em países de baixa e média renda, onde quase 50% dos 67 milhões de automóveis novos foram produzidos em 2014.
O Relatório Mundial sobre a segurança rodoviária 2015 compreende um texto narrativo que combina provas, fatos e as melhores práticas com as conclusões extraídas na sequência da análise dos dados coletados por mais de 180 países. Além disso, oferece perfis de uma página para cada país participante e anexos estatísticos. Uma visualização de dados online interativa do relatório também está disponível. O relatório é o terceiro em sua série e é a ferramenta oficial de monitoramento da Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020. A publicação do relatório segue a adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que inclui meta ambiciosa para a segurança no trânsito e que precede a segunda Conferência Mundial de Alto Nível sobre Segurança Rodoviária, que será realizada em Brasília, Brasil, nos dias 18 e19 de Novembro de 2015.