O aumento e os efeitos do uso de drogas entre motoristas profissionais

O SOS Estradas, programa de seguranças nas estradas, realizou um recente estudo sobre o uso de drogas entre motoristas profissionais no país. As análises apontam o crescimento do uso de medicamentos, popularmente conhecidos como rebites, por motoristas profissionais de caminhões e ônibus, mas outros tipos de drogas ilícitas já aparecem na pesquisa com destaque. O uso cada vez mais frequente chamou a atenção, não só dos estudiosos que realizaram a pesquisa mas, aponta o estudo, também de traficantes que perceberam nesse público um potencial consumidor de drogas mais pesadas.

?Em primeiro lugar, o uso de drogas afeta a saúde do motorista, aumenta o risco de acidentes, e prejudica suas relações familiares e profissionais. Em alguns casos eles se tornam zumbis, andando numa roleta russa com dezenas de toneladas de carga ou dezenas de passageiros?, alerta o coordenador do estudo Rodolfo Alberto Rizzotto.  ?Como se não bastasse isso, o uso de drogas aproxima o motorista dos traficantes, o que contribui para aumentar a rede de distribuição de drogas no país?. Na opinião de Rizzotto, ?as autoridades ainda não perceberam isso claramente, mas o tráfico de entorpecentes está entrando no setor de transportes de cargas, como já fez no transporte urbano de passageiros com vans.

Para Rizzotto, o controle do avanço das drogas na categoria começa por estabelecer limites de jornada e tempo de direção contínua, assim como o fim das bonificações para quem entrega cargas antes do prazo. E vai além, passando por questões que incluem a melhor logística de distribuição de rotas; estabelecer condições de segurança e descanso para os motoristas durante sua jornada de trabalho, passando pela melhoria das condições de pagamento. ?Não acredito que exista nenhuma categoria profissional no Brasil com percentual tão elevado de uso de drogas. E a grande diferença é que a maioria começou a usar drogas para sobreviver, ou seja, suportar as extenuantes jornadas. Hoje, muitos fazem uso recreacional das drogas e engrossam as estatísticas de consumidores. O Brasil tem um grave problema em mãos?, afirma Rodolfo Rizzotto.

Acesse o estudo na íntegra.