Uma latinha de refrigerante aqui, uma embalagem plástica pouco mais à frente, de repente, um sofá e um colchão esquecidos à beira do asfalto. O que é visível aos olhos, pesa toneladas na conta de quem cuida da conservação das estradas e rodovias brasileiras. Só na Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas, são recolhidas três toneladas de lixo por dia. A empresa que administra a Rodovia Régis Bitencourt, entre São Paulo e Paraná, recolheu no ano passado 680 toneladas de lixo no ano passado. E, no Paraná, em um trecho de pouco mais de 567 km, administrado pela Concessionária CCR Rodonorte –  entre Curitiba e Apucarana (BR 227/376) e entre Ponta Grossa e Jaguariaíva (PR 151) – foram  coletadas 276 toneladas de lixo reciclável, outras 334 toneladas de lixo orgânico e 104 toneladas somente de recapes de pneus. Isso tudo só em 2014.

O problema do lixo é de saúde e de segurança. A garrafa pet, considerada inofensiva para muitos, quando vazia, pesa apenas 40 gramas. Mas, se arremessada de um carro em movimento a 90 quilômetros/hora, ganha uma força equivalente a um objeto de 4 kg, o que pode ocasionar a quebra do vidro e a perda de controle por parte do condutor, apontam estudos de especialistas. Bitucas de cigarros, embalagens plásticas e até restos de alimentos, quando acumulados ao longo das estradas podem causar o entupimento do sistema de drenagem das rodovias, promovendo a aquaplanagem, o que pode causar graves acidentes.

“Cerca de 26 pessoas, de uma empresa terceirizada, trabalham diretamente na coleta de lixo ao longo das nossas rodovias rodovias. O lixo coletado segue padrões de destino, conforme o conceito de sustentabilidade do Grupo CCR. Em complemento a este trabalho, realizamos também periodicamente campanhas para conscientização dos usuários para não jogar lixo na rodovia”, destaca Gildo Pires, gestor de Atendimento da CCR RodoNorte.  “Já o recape de pneus que fica sobre a pista, e no ano passado acumulou mais de 100 toneladas, recebe uma atenção especial, pois pode causar acidentes graves. Nossas equipes de monitoramento fazem a retirada destes objetos sempre que localizados, porém, é fundamental a conscientização dos caminhoneiros para que mantenham a manutenção dos pneus em dia, evitando este tipo de situação perigosa para os demais usuários”, orienta Gildo.

A melhor recomendação ainda é a educação e o bom senso. Atirar objetos de dentro do carro é infração média, com multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira. Agora, transitar com veículo derramando, lançando ou arrastando objetos é infração gravíssima, com multa de R$ 191,00 e sete pontos. Mas mais que a multa, o que está em questão é a segurança na estrada.