O professor da Unicamp Sebastião Amorim acredita que o Atlas da Acidentalidade poderá dar início uma série de mudanças na forma como tratamos os acidentes de trânsito no país. Amorim é professor do Departamento de Estatística da Unicamp e Diretor da Tecnometrica, empresa especializada em Engenharia da Informação, que produziu o atlas.
?O Atlas é um embrião para uma evolução nos processos de coleta e estruturação de dados precisos sobre a segurança no trânsito em nosso país, e também na própria forma de atuarmos sobre a segurança no trânsito?, afirma o professor.
Para ele, o levantamento realizado ?desperta para a necessidade de uma convenção nacional de coleta de informações e estatísticas sobre segurança no trânsito, de forma a permitir consolidar, num futuro próximo, informações das rodovias federais com outras, coletadas pelas polícias rodoviárias estaduais e municipais?.
Ele reconhece a falta de disponibilidade de recursos das forças policiais estaduais e municipais para coletar e armazenar informações sobre os acidentes, mas destaca que ?talvez estejamos dispendendo energia no lado errado do problema: é comum ouvir que é mais importante o policial estar na estrada, atendendo acidentes, do que dentro do escritório, preenchendo dados em um formulário de computador. Entretanto, a análise das informações permite desenvolver soluções pontuais para reduzir os acidentes nos locais de maior incidência, o que pode reverter em melhor aproveitamento da força policial rodoviária. Assim, se o policial tiver menos acidentes para atender, poderá atuar em tarefas preventivas, inclusive a própria compilação de dados e manutenção de uma boa base de informações?.
O Atlas da Acidentalidade foi produzido a partir da análise estatística do banco de dados dos acidentes registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2008 e 2012, nas 103 rodovias federais que cortam o país. O trabalho envolveu, durante quase um ano, a participação de consultores e estatísticos.
?A base de dados da Polícia Rodoviária Federal é excelente. Pudemos trazer ao público desde os números gerais sobre acidentes até uma análise específica sobre o transporte comercial, com muita qualidade na informação?. Ele destaca que não se trata de amostragem estatística, mas de uma base de dados que revela o universo total dos acidentes registrados nas rodovias federais ?e obtidos com um padrão único e de alta qualidade, tanto no Ceará quanto no Rio Grande do Sul ou em qualquer outro ponto do país?.
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Confira a versão online ou faça o download (ZIP/PDF) do Atlas da Acidentalidade.