Pela sondagem, os caminhoneiros autônomos têm o maior faturamento, que pode chegar a R$ 4,1 mil. Já os profissionais empregados de frota recebem R$ 3,4 mil.

A pesquisa também verificou a idade dos motoristas. Em média, os profissionais têm 44,3 anos estão na função há 18 anos. Os caminhoneiros trabalham 11,3 horas por dia e 86,8% afirmam que a demanda por seus serviços caiu em 2015. Para 74,1% deles, o principal motivo foi a crise econômica. Quase a metade dos trabalhadores está com dívidas a vencer.

Sobre a frota, os veículos têm em torno de 13,9 anos, podendo chegar a 17 anos veículos usados pelos autônomos. Já os utilizados por empregados de frota têm idade média de 7,5 anos.

O custo do combustível é um entrave para 46,4% dos trabalhadores e 40% disseram que o valor do frete não cobre as despesas. Também foram listados outros pontos negativos: perigo/insegurança (60,6%), o fato de ser uma profissão desgastante (34,9%) e o comprometimento do convívio familiar (32,1%). Em relação aos pontos positivos, eles destacaram a possibilidade de conhecer novas cidades/países (47,0%), a possibilidade de conhecer pessoas (33,0%) e o fato de a profissão ser desafiadora e aventureira (28,5%).

Entre os profissionais escutados, 44,6% disseram que cuidam da saúde e fazem exames de rotina. Outros 24% fazem uso de medicamento controlado. Sofrem de hipertensão 57,7% dos motoristas. Mais da metade – 60% – consome bebidas alcoólicas nos finais de semana. A pesquisa revela que 45% dos motoristas já receberam ofertas de drogas nas estradas e, destes, 12,1% disseram ter aceitado.

Conclusão
A pesquisa evidencia que a frota de veículos está envelhecida, principalmente a dos autônomos. O presidente da CNT, Clésio Andrade, afirma que a Confederação Nacional do Transporte defende a implantação do plano de renovação de frota, com incentivo a financiamentos e reciclagem. “A proposta está no Plano CNT de Recuperação Econômica, entregue à presidente Dilma Rousseff no final de 2015.”

A renda mensal baixa e os problemas como o elevado custo do combustível compromete tanto o trabalho dos autônomos quanto das transportadoras. “Muitos caminhoneiros reclamam da Lei do Caminhoneiro e sentem falta de pontos de apoio para cumprir o que determina a legislação. “O caminhoneiro tem que lidar com as deficiências de infraestrutura nas rodovias do país, tanto pela má qualidade do pavimento e sinalização como pela ausência de pontos de parada adequados e suficientes”, avalia.

“Com a realização dessa pesquisa, há um reforço na recomendação do aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas, direção segura, redução de acidentes e treinamento profissional”, conclui Clésio Andrade.